Novo recorde: Terra esteve dois graus mais quente do que na era pré-industrial

“A temperatura global a 17 de novembro atingiu 2,07 graus acima da média pré-industrial, uma temperatura média medida entre 1850 e 1900, antes do uso extensivo de combustíveis fósseis”, lê-se no site do serviço de monitorização das alterações climáticas do programa Copérnico, da União Europeia. Os dados provisórios indicam também que, a 18 de novembro, a temperatura global terá ficado 2,06 graus acima da era pré-industrial.

Os números foram revelados, esta quarta-feira, a dias do começo da COP28, a conferência das Nações Unidas para o clima, que se realizará a partir de dia 30 de novembro, no Dubai.

“Embora exceder o limite de 2 graus durante vários dias não signifique que tenhamos quebrado as metas do Acordo de Paris, quanto mais frequentemente excedermos este limite, mais graves se tornarão os efeitos cumulativos destas brechas”, apontou Carlo Buontempo, diretor do serviço de alterações climáticas do Copérnico, numa nota.

Os dados mostram ainda que a temperatura global a 17 de novembro ficou 1,17 graus acima da média entre 1991 e 2020. “Estas anomalias-recorde significam que novembro de 2023 provavelmente será o novembro mais quente já registado”, aponta o Copérnico.

O mês passado foi o outubro mais quente de que há registos a nível global, sendo 1,7 °C mais quente do que a estimativa da média de outubro de 1850-1900.

Além disso,Carlo Buontempo diz que estes números lançam uma “mensagem muito clara” aos líderes mundiais sobre as metas do Acordo de Paris, que estabelece que o limite da temperatura global não ultrapasse, idealmente, os 1,5 graus. Na COP28, ficará finalizado um primeiro balanço global sobre o acordo assinado em 2015 e adotado por 196 países.