Ucrânia. ONU reitera apelo à Rússia para aceder a áreas sob seu controlo
A ONU reiterou hoje o apelo à Rússia para permitir o acesso às áreas sob seu controlo da ajuda humanitária para os afetados pela destruição da barragem de Kakhovka, no sul da Ucrânia, em 06 de junho.
“Aajuda não pode ser negada a quem dela precisa”, disse a coordenadora humanitária para a Ucrânia, Denise Brown, num comunicado, instando as autoridades russas a agirem “de acordo com as suas obrigações sob o direito humanitário internacional”.
Recordou que a ONU contactou os governos da Ucrânia e da Rússia relativamente ao efetivo fornecimento de ajuda humanitária após a destruição da barragem que provocou inundações, mortes e desaparecidos.
Mas as autoridades russas “até agora rejeitaram o nosso pedido de acesso às áreas sob seu controlo militar temporário”, acrescentou, afirmando que as Nações Unidas “continuarão comprometidas” com a busca de acesso.
Segundo os dados da ONU, pelo menos 80 localidades da região ficaram parcial ou totalmente inundadas devido à rotura da barragem.
“A ONU vai continuar a fazer tudo o que está ao seu alcance para chegar a todas as pessoas – incluídas as que sofrem a consequência da recente destruição da barragem – que necessitam de ajuda urgente para salvar as suas vidas, onde quer que estejam”, reiterou.
As autoridades russas elevaram hoje para 35 o número de mortos nas inundações provocadas pela destruição de uma barragem de Kakhovka, no rio Dniepre.
“Lamentavelmente, o número de mortos aumentou para 35”, escreveu o chefe da ocupação russa na região de Kherson, Andrei Alekseyenko, no Telegram, segundo a agência EFE.
No sábado, os russos tinham anunciado 29 mortos e as autoridades ucranianas 16.
De acordo com os últimos dados da administração russa, que controla a região de Kherson na margem esquerda do rio Dniepre, 7.800 pessoas foram retiradas das zonas inundadas, das quais cerca de 1.900 estão em pontos de alojamento temporários.
A Ucrânia e a Rússia acusam-se mutuamente da destruição da barragem de Kakhovka, construída no rio Dniepre na década de 1950.
Centenas de quilómetros quadrados a jusante foram inundados, forçando a retirada de milhares de moradores e aumentando o receio de um desastre humanitário e ambiental.
A barragem foi capturada pelas forças russas pouco depois de terem invadido a Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.
Posteriormente, a Ucrânia recuperou a cidade de Kherson, na margem direita do Dniepre, mas a sul, na margem esquerda do rio, o controlo continua nas mãos das tropas russas.
A Ucrânia acusou as forças russas de terem destruído a barragem para travar uma contraofensiva e a Rússia atribuiu o incidente a bombardeamentos ucranianos.
Nenhuma fonte independente conseguiu ainda dizer o que causou o rebentamento da barragem, que se encontra na zona ocupada pela Rússia.