Pedro Nuno Santos assume derrota do PS e garante resistência à Direita: “Seremos a oposição”

Falando no hotel onde estão, esta noite, reunidos os militantes do PS, em reação aos resultados provisórios que dão uma vitória à tangente à Aliança Democrática, Pedro Nuno Santos começou por saudar a participação eleitoral, que fez recuar a abstenção, e admitir, mesmo sem resultados definitivos, a derrota do PS nas eleições: “Apesar do resultado tangencial, tudo indica que o PS não poderá ser o partido mais votado. Quero felicitar e dar os parabéns à AD pela vitória.”

“Vamos liderar a oposição. O Partido Socialista será oposição. Seremos a oposição. Renovaremos o partido e procuraremos resgatar os portugueses descontentes com o PS. Esta é a nossa tarefa daqui para a frente”, asseverou o secretário-geral do PS, visivelmente emocionado durante todo o discurso, pontuado por vários clamores ao líder socialista. Foi uma “campanha extraordinária, cheia de força”, apontou Pedro Nuno Santos, que agradeceu ao partido e aos militantes, assegurando a união. “Temos um partido forte e unido, pronto para os combates”, declarou.

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Foto: Gerardo Santos / Global Imagens

Sobre os resultados alcançados pelo Chega, Pedro Nuno Santos admitiu que o partido “teve um resultado muito expressivo que não dá para ignorar”. “Não há 18% de portugueses votantes racistas e xenófobos, mas há muitos portugueses zangados”, disse, assegurando que o objetivo do Partido Socialista daqui para a frente passa por recuperar a confiança dessas pessoas. “Queremos recuperar a confiança dos portugueses e mostrar-lhes que a solução para os problemas concretos passam pelo PS e não pelo Chega e pela AD”, afirmou, prometendo trabalhar “nos próximos meses” para que o PS volte a dar resposta aos eleitores que estão “descontentes”. “O nosso caminho começa agora, hoje”, exclamou, sob palmas e gritos de “PS”, citando de seguia Soares: “Só é vencido quem desiste de lutar.”

Pedro Nuno Santos pediu empenho no trabalho para que o PS volte a “ter uma maioria para Governar Portugal” .

Exclui maioria de Esquerda

Pedro Nuno Santos excluiu a formação de uma maioria de Esquerda que suporte uma governação liderada pelo PS, à semelhança do que aconteceu na chamada “geringonça” que António Costa encabeçou em 2015. “Qualquer solução dessas teria um chumbo de toda a Direita”, assegurou o líder socialista. “Está fora. Não nos compliquemos. Deixemos a tática de fora. Nós não temos uma maioria. E, se não temos uma maioria, não a podemos podemos apresentar”, asseverou Pedro Nuno Santos, posicionando o Partido Socialista como “líder da oposição”.