Pedro Nuno reforça apelo ao voto útil e promete extinção das propinas
Num jantar-comício na cidade dos estudantes, perante um pavilhão lotado, Pedro Nuno Santos apelou ao voto útil de todos os que querem derrotar a Aliança Democrática (AD). Dramatizando, sustentou que essa é a única forma de defender “o legado de 50 anos de Abril”.
O secretário-geral socialista prometeu “um país com liberdade, mas com liberdade igual para todos e não só para alguns”. Isso, frisou, apenas se consegue continuando a investir no Estado Social e construindo uma economia mais “sofisticada”.
Decidido a chamar a si os votos do maior número possível de portugueses, nomeadamente à Esquerda, Pedro Nuno lembrou o seu papel de negociador da geringonça, em 2015: “Sabem da capacidade que tenho para dialogar com partidos com que já trabalhámos [PCP e BE]. Mas que ninguém se engane, só há uma forma de continuarmos a mudar Portugal e avançarmos: é votando no PS”, referiu.
A saga do líder socialista em busca do voto útil tinha começado de manhã, no Marco de Canaveses. “Aquilo que interessa é concentrarmos os votos no PS e garantirmos que o PS ganha. Quem quer travar o regresso da Direita ao poder e o regresso ao passado deve concentrar o seu voto no PS. Peço a todos os indecisos que votem no PS”, referiu.
Carlos César: “Votar na AD é votar no não sei o quê”
Na cidade dos estudantes, Pedro Nuno Santos prometeu o fim das propinas. Primeiro, começou por dizer que se deve “caminhar para a sua eliminação” – sendo muito aplaudido, em particular pelos elementos da Juventude Socialista.
Momentos depois, falou mesmo em “extinguir a propina”, sublinhando também a necessidade de garantir alojamento não só a bolseiros mas, também, “aos filhos da classe média”. Disse querer ainda incentivar professores aposentados a dar aulas, de modo a mitigar a atual falta de professores.
O comício de Coimbra contou igualmente com a presença do presidente socialista, Carlos César. Este considerou que Pedro Nuno é “muito melhor do que Luís Montenegro”, desde logo por ser um “economista tecnicamente preparado” e com “moderação nas promessas” – isto é, apenas propõe o que sabe que pode cumprir. Acusou o líder do PSD de, no tempo da troika, ter defendido “de viva voz” cortes salariais e de direitos.
César também apelou ao voto contra a AD, acenando com o fantasma da extrema-direita – que Pedro Nuno não tem utilizado. “Votar no PS é o voto útil para continuar o que está bem, para continuar a mudar e para emendar o que é preciso; votar na AD é votar numa Direita que não sabemos onde acaba e até onde vai”, argumentou, rematando: “Votar na AD é votar no não sei o quê”. Foi muito aplaudido.
A ministra da Coesão Territorial e cabeça de lista por Coimbra, Ana Abrunhosa, também discursou. Tal como Pedro Nuno, também advogou o fim das propinas, defendendo igualmente o fim das portagens nas ex-SCUT. Alertou ainda a sala para a necessidade de “vencer o populismo”.
Esta terça-feira, a caravana do PS segue para Sul, começando o dia a visitar as obras do Hospital de Sintra. Pedro Nuno Santos reúne depois com representantes do mundo do trabalho, em Lisboa. Segue-se uma arruada em Setúbal e, à noite, um comício na capital.