“Morro de fome”. O testemunho de um reformado que protesta na Argentina

Miguel Messine, de 75 anos, emocionou-se durante protestos em Buenos Aires, que juntaram 130 mil pessoas. Reformado conta que mais tarde ou mais cedo “todos” vão sair à rua contra as políticas do presidente, Javier Milei.

Mais de 130 mil pessoas ‘invadiram’ as ruas de Buenos Aires, na Argentina, num protesto contra medidas anunciadas pelo presidente, Javier Milei. Segundo a Central Geral do Trabalho, principal organizadora do protesto, mais de 1,5 milhões de pessoas aderiram à paralisação em todo o país.

As imagens mostram milhares de manifestantes, assim como a força policial que estava na capital argentina. Durante esta greve geral, milhares manifestaram-se contra as reformas de Milei em frente ao Congresso argentino.

Entre os milhares de manifestantes, o canal brasileiro UOL cruzou-se com um reformado que decidiu sair à rua para lutar pelos seus direitos.

Apesar das dificuldades em andar, Miguel Messine movia-se com um cartaz nas mãos, no qual era possível ler frases como “sou reformado” ou “morro de fome”.

Confrontando com as dificuldades em movimentar-se, o manifestante emocionou-se e explicou por que razão estava ali. “Bingo. Porque quero derrubar este presidente, que nos está a mandar para aruína. Tenho 75 anos e não posso mais. E assim convoco todo o povo argentino a gritar. Porque agora a classe média não vem”, alertou, acrescentando que mais tarde terão de “vir todos”, tal como “vieram em 2001” – altura em que a Argentina viu uma turbulência económica que acabou por resultar em vários protestos por todo o país.

Ao assumir a presidência há um mês, o liberal acabou com a emissão monetária e adotou uma política que pretende acabar com 5,2% de défice fiscal em apenas um ano. Já vários protestos contra as reformas que está a fazer aconteceram.