Júri considera culpado invasor do Capitólio que agrediu polícia e foi perdoado por Trump
A juíza distrital dos EUA, Ana Reyes, rejeitou a alegação de homicídio negligente David Walls-Kaufman, destacando que nenhum jurado razoável poderia concluir que as suas ações foram capazes de causar uma lesão cerebral traumática que levou à morte de Smith.
Jeffrey Smith estava a conduzir para o trabalho pela primeira vez após o motim no Capitólio quando se matou com a sua arma de serviço.
Reyes dividiu o julgamento em duas fases, uma sobre o mérito das alegações de Erin Smith, viúva de Jeffrey Smith, de homicídio negligente, e outra sobre os danos
Para a fase de danos, ou seja, se a viúva tem direito a alguma indemnização, os jurados deverão ouvir ainda testemunhas e as alegações finais dos advogados na segunda-feira, noticiou a agência Associated Press (AP).
Entretanto, a juíza instou as partes a discutirem um possível acordo durante o fim de semana, considerado que seria “extremamente racional” para ambos os lados “deixarem isso para trás” e evitarem o tempo e as despesas de um recurso.
Erin Smith alegou que Walls-Kaufman causou uma concussão ao marido enquanto lutavam dentro do Capitólio.
A viúva alegou que Walls-Kaufman atingiu o marido de 35 anos na cabeça com o seu próprio bastão dentro do Capitólio, causando traumas psicológicos e físicos que o levaram ao suicídio.
Smith não tinha qualquer historial de problemas de saúde mental antes do motim de 6 de janeiro de 2021, mas o seu humor e comportamento mudaram após sofrer uma concussão, de acordo com a sua mulher e os seus pais.
Em 2022, o Conselho de Reforma e Assistência da Polícia e dos Bombeiros do Distrito de Columbia determinou que Smith se tinha ferido em serviço e que o ferimento foi a “causa única e direta da sua morte”, de acordo com o processo judicial.
Walls-Kaufman, que vivia perto do Capitólio, nega ter agredido Smith. Afirma que quaisquer ferimentos sofridos pelo polícia no dia 6 de janeiro ocorreram mais tarde nesse dia, quando outro manifestante arremessou um pau que atingiu Smith na cabeça.
O quiroprático de 69 anos cumpriu uma pena de 60 dias de prisão depois de se ter declarado culpado de uma transgressão relacionada com o tumulto no Capitólio, mas foi perdoado em janeiro.
No seu primeiro dia de regresso à Casa Branca, o Presidente Donald Trump perdoou, comutou penas de prisão ou ordenou o arquivamento dos processos de todas as quase 1600 pessoas acusadas no ataque.
O amplo ato de clemência de Trump não anulou o processo de Smith contra Walls-Kaufman.
Mais de 100 polícias ficaram feridos durante o tumulto. O polícia do Capitólio Brian Sicknick desmaiou e morreu um dia depois do confronto com os manifestantes. Um médico legista determinou posteriormente que sofreu um acidente vascular cerebral e morreu de causas naturais.
Howard Liebengood, um polícia do Capitólio que respondeu ao motim, também se suicidou após o ataque.