Israel acusado de atacar jornalistas no sul do Líbano e matar em Gaza
O governo libanês acusou hoje o israelita de ter feito um ataque “direto” a jornalistas, enquanto estes cobriam a violência na fronteira comum no sul do Líbano.
Esta acusação é feita apenas um mês depois da morte de um repórter de imagem em outra ação atribuída aos militares israelitas.
“Mais uma vez, Israel ataca diretamente os jornalistas que estão a trabalhar no sul”, acusou o ministro da Informação libanês, Ziad Makary, na rede social X.
Os militares israelitas lançaram pelo menos dois projéteis contra a localidade meridional de Yaron quando um grupo de repórteres estava na área, informou a Agência Nacional de Notícias, adiantando que não se registaram baixas.
Há um mês, um incidente similar na zona também meridional de Alma al-Shaab provocou a morte de um repórter de imagem da Reuters e ferimentos a outros jornalistas desta agência, da francesa AFP e da estação televisiva do Qatar, a Al Yazeera.
Também hoje, foi morto um jornalista e outro gravemente ferido do canal egípcio Al Qahera News devido a um ataque atribuído aos militares israelitas nas proximidades do Hospital Al Shifa, na Faixa de Gaza, informaram hoje a própria estação televisiva e o sindicato dos jornalistas egípcio.
“Continuam os crimes da ocupação sionista contra os jornalistas e os que transmitem a verdade na Palestina. Os mais recentes são a morte do repórter de imagem do canal Al Qahera News e os ferimentos causados a outro jornalista pelo bombardeamento nos arredores do Hospital de Al Shifaa na Faixa de Gaza”, disse, em comunicado, o presidente da organização sindical egípcia, Khaled el Balshy.
Segundo a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), já morreram mais de 41 jornalistas no confronto entre Israel e o Hamas, “36 dos quais eram repórteres palestinianos, que foram assassinados na Faixa de Gaza pelos ataques israelitas”, se bem que estes números sejam do último relatório publicado há seis dias.
No seu sítio na internet, a RSF adiantou que “os ataques israelitas já destruíram total ou parcialmente mais de 50 locais onde estavam instalados meios de comunicação”.
Desde o início do confronto, já se registaram no enclave palestiniano mais de 11.180 mortos, 28.200 feridos, três mil desaparecidos e mais de 1,5 milhões de deslocados — mais de dois terços da população -, segundo o Ministério de Saúde da Faixa de Gaza.