Supremo Tribunal dos EUA permite deportar imigrantes para o Sudão do Sul
A decisão foi tomada depois de os juízes concluírem que as autoridades de imigração podem deportar rapidamente pessoas para outros países.
A maioria também suspendeu uma ordem que permitia que os imigrantes contestassem qualquer deportação para países que não fossem os seus de origem, e onde poderiam estar em perigo.
A última ordem do tribunal deixa claro que o voo do Sudão do Sul, suspenso há algumas semanas, pode agora concluir a sua viagem.
A decisão reverte as conclusões do juiz federal Brian Murphy, de Massachusetts, que afirmou que a sua ordem sobre esses imigrantes continua válida, mesmo depois de o tribunal ter revogado a sua decisão mais ampla.
O governo de Trump apelidou a decisão deste juiz como “um ato de desafio, sem lei”.
Os advogados dos oito imigrantes defenderam que estes poderiam enfrentar “prisão, tortura e até mesmo a morte” se fossem enviados para o Sudão do Sul, onde as crescentes tensões políticas ameaçam transformar-se numa outra guerra civil.
Esta decisão ocorre num momento de repressão à imigração por parte do governo republicano de Trump, que se comprometeu a deportar milhões de pessoas que estão a viver ilegalmente nos Estados Unidos.
As autoridades norte-americanas fizeram acordos com outros países para que estes acolhessem imigrantes, caso não puderem enviá-los rapidamente de volta para seus Estados de origem.
Os oito homens enviados para o Sudão do Sul em maio tinham sido condenados por crimes graves nos EUA.
O juiz Murphy, que foi indicado pelo presidente democrata dos EUA Joe Biden para o cargo, não proibiu as deportações para terceiros países. Mas concluiu que os migrantes devem ter uma oportunidade real de argumentar que podem correr o risco de serem torturados se forem enviados para outro país.