Níger. Junta Militar acusa França de querer intervir militarmente
Os militares nigerinos que derrubaram o presidente eleito do Níger, Mohamed Bazoum, acusaram a França de querer “intervir militarmente” para devolver o poder ao chefe de Estado.
“Em linha com a política de procura de meios para intervir militarmente no Níger, a França, com a cumplicidade de alguns nigerinos, reuniu-se no quartel-general da Guarda Nacional do Níger para conseguir as autorizações políticas e militares necessárias”, indica um comunicado de imprensa divulgado hoje.
A declaração dos militares golpistas foi transmitida pela televisão de Niamey.
Num outro comunicado difundido anteriormente, os militares golpistas acusaram os serviços de segurança de terem disparado gás lacrimogéneo contra manifestantes que apoiavam a Junta Militar, em Niamey, no domingo, e que provocou seis feridos.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, ameaçou no domingo retaliar contra qualquer ataque a cidadãos e interesses franceses no Níger.
Manifestantes favoráveis ao golpe militar atacaram a embaixada de Paris em Niamey.
O Níger, antigo território colonial francês, é um parceiro estratégico da França, que tem atualmente cerca de 1.500 militares no país envolvidos na luta contra extremistas islâmicos.
No domingo, os países da África Ocidental deram à Junta Militar do Níger um ultimato de uma semana para o “regresso total à ordem constitucional” e disseram que não excluiriam o “uso da força” se tal não acontecesse.
A França congratulou-se com “as decisões tomadas pelos Chefes de Estado” da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) reunidos em Abuja.