Irão retalia com centenas de mísseis após ofensiva musculada de Israel

Israel concretizou na madrugada de hoje a promessa adiada de iniciar uma ofensiva em grande escala, a maior de sempre, contra instalações nucleares e militares no Irão. Nos ataques aéreos, que envolveram cerca de 200 caças e atingiram mais de uma centena de alvos, sobretudo Teerão e a central de enriquecimento de urânio de Natanz, foram assassinadas figuras da cúpula militar iraniana e seis cientistas nucleares, no que o regime de Teerão descreveu com uma “declaração de guerra”. A resposta iraniana não tardou, com o lançamento de uma centena de drones e a garantia de que “os portões do inferno serão abertos”. Ao cair da noite, o Irão retaliou com centenas de mísseis lançados, em duas vagas, sobre vários pontos de Israel, que atingiram, inclusive, o coração do inimigo histórico, Telavive e Jerusalém.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, começou por declarar que o ataque desta madrugada sobre o Irão, que designou como “Operação Leão em Ascensão” – e de que resultaram quase 80 mortos e mais de 300 feridos –, visava “reverter a ameaça iraniana à própria sobrevivência de Israel”, avisando que esta demoraria “muitos dias”. “Atacámos o cerne do programa de enriquecimento nuclear do Irão. Atacámos o cerne do programa de armamento nuclear do Irão. Atacamos a principal instalação de enriquecimento do Irão em Natanz. Atacámos os principais cientistas nucleares do Irão que trabalhavam na bomba iraniana. Também atacámos o cerne do programa de mísseis balísticos do Irão”, afirmou Netanyahu em mensagem transmitida na televisão.

A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) confirmou depois que a central de Natanz tinha sido atingida, adiantando que as autoridades iranianas não tinham detetado qualquer aumento dos níveis de radiação no local.

Trump injeta pressão

Donald Trump, que descreveu os ataques como “excelentes”, avisou que os seguintes seriam “brutais”, assumindo depois que os EUA tiveram conhecimento prévio sobre a operação, que levou Israel a encerrar as suas missões diplomáticas no Mundo, antecipando a retaliação iraniana. “O Irão deve fazer um acordo, antes que não haja mais nada”, avisava Trump, a injetar pressão sobre as negociações em curso do programa nuclear.

Enquanto o líder supremo do Irão, Ali Khamenei, ameaçava Israel com “punição severa”, as forças israelitas garantiam ter intercetado uma centena de drones de Teerão. Ao cair da noite, as sirenes soaram em Israel, prenúncio dos ataques aéreos retaliatórios iranianos que se seguiram, em duas vagas, com duas centenas de mísseis balísticos disparados e uma dezena de locais atingidos no país.

À cúpula de ferro, a defesa antiaérea israelita, juntou-se a intervenção das Forças Armadas dos EUA, na missão de abater os mísseis iranianos que iam chovendo sobre Israel, inclusive sobre as duas maiores cidades, Jerusalém e Telavive, onde foram atingidas áreas residenciais, resultando em dezenas de feridos.

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Foto: Atta Kenare / AFP