Estados Unidos incluem Israel no seu programa de isenção de vistos

Os Estados Unidos decidiram incluir Israel no seu programa de isenção de vistos, depois de um acordo firmado entre os dois países em julho, anunciaram hoje o secretário de Estado e o secretário de Segurança Nacional norte-americanos.

Depois de, em 19 de julho, o Estado judaico se ter comprometido a receber todos os cidadãos norte-americanos com passaporte válido e tratá-los de forma igual, sem distinção racial, religiosa ou de nacionalidade, o secretário de Estado, Anthony Blinken, e o secretário de Segurança Nacional, Alejandro Mayorkas, confirmaram Israel como o 41.º país a integrar o programa.

Após anos de esforços para garantir que o país do Médio Oriente cumpria as obrigações estritas do programa de isenção de vistos, os cidadãos israelitas que desejem viajar para os Estados Unidos podem fazê-lo sem visto a partir de 30 de novembro.

Os responsáveis norte-americanos vincaram ainda que a decisão beneficia os cidadãos com nacionalidades norte-americana e palestiniana que vivem na Cisjordânia ou em Gaza.

Durante o período experimental do acordo, cerca de 100 mil cidadãos norte-americanos, incluindo dezenas de milhares de cidadãos palestino-americanos entraram em Israel sem visto e foram diretamente para a Cisjordânia, quando antes eram obrigados a passar pela Jordânia, afirmaram os responsáveis norte-americanos.

A decisão surgiu depois de o Presidente norte-americano, Joe Biden, e o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, se terem reunido na assembleia geral da ONU, em Nova Iorque, apesar de Biden ter criticado, no passado, a reforma do sistema judicial israelita, considerada “antidemocrática” por Washington, e a colonização israelita nos territórios palestinianos.

Na terça-feira, o Comité Antidiscriminação Árabe-Americano (ADC) adiantou, em comunicado, ter apresentado queixa contra o governo dos Estados Unidos, por entender que a decisão apoia “explicitamente as práticas discriminatórias de Israel contra os palestinos, incluindo cidadãos americanos, em violação das suas próprias leis”.

Alguns dos representantes do Partido Democrata já tinham escrito a Biden para adiar a decisão, alegando que Israel não tinha fornecido garantias suficientes no âmbito do acordo.

Em entrevistas recentemente concedidas à AFP, cerca de vinte cidadãos palestino-americanos denunciaram a persistência de tratamento desigual por parte das autoridades israelitas.

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